terça-feira, 30 de outubro de 2012

A ida a Bruxelas

Como prometido, tinha de escrever um pouco sobre a visita a Bruxelas que fizemos, juntamente com todos os outros alunos Erasmus, para Interculturality and the EU.

Fomos dia 19 e a ideia era vermos o Parlamento Europeu (andámos um mês a achar que era isso que ia acontecer) mas... afinal não. Fomos apenas ao centro de visitantes, o Parlamentarium, que não era mais do que uma exposição. Chata, chata, chata. 
Basicamente, andei à caça de tudo o que falava de Portugal (com grandes momentos de histeria cada vez que havia um panfleto em português ou algum vídeo ou fotografia), e a tentar explicar o que foi o 25 de Abril (ficando-me, graças à dificuldade em traduzir o que queria, por um bonito "it was the end of the bad guys").
Como já é costume nas viagens que fazemos com os professores desta faculdade, o ritmo foi bastante lento. Largaram-nos lá durante umas horas com um "agora façam o que quiserem", e acabámos por nos arrastar pela exposição durante 1h e fazer mais 1.30h de espera.
Depois do almoço (onde há que salientar, porque é importantíssimo, que me sentei num jardim a comer a minha primeira waffle belga!!) fomos ao Atomium, um dos símbolos de Bruxelas, construído nos anos 50. São 9 esferas de ferro com 18m de diâmetro, ligadas para representarem a estrutura do ferro com uma ampliação de 165 biliões de vezes. A esfera do topo, a 103m de altura, dá uma vista panorâmica da cidade (sobe-se num elevador que foi, em tempos, o segundo mais rápido da Europa), e as outras têm exposições no interior.
Não foi o suficiente para ficar a conhecer Bruxelas (para isso tenho, obrigatoriamente, de ir ver o Manneken Pis, a estátua do rapaz a fazer chichi na fonte), mas já deu para ficar com uma ideia de como é - e para, no fim do dia, estar cheia de vontade de voltar para a minha muito mais bonita Antuérpia!







sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Finalmente, fim-de-semana!

Acho que nunca desesperei tanto por um fim-de-semana. Desde segunda-feira que andava a morrer de cansaço, com tantos trabalhos para entregar e visitas.
Dêem-me só tempo para descansar um bocadinho e vão-se preparando para uma enxurrada de posts!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A queda

E pronto, já sei qual é a sensação de aterrar em pleno pavimento belga. Malditas linhas do tram e pneus finos demais - mas pelo menos não foi num dia chuvoso, com água da chuva até aos tornozelos... há que olhar para os pontos positivos.
Claro que tinha de ser num dia em que tinha mais que fazer e pouco tempo para estar a reparar a correia, que saltou, e a olhar para a perna toda negra - coisa que não me estava a preocupar muito, porque estava mais nervosa com o facto de ter uma mancha nas minhas lindas botas Zilian, novinhas (que, graças ao Google, consegui limpar). E lá cheguei ao destino a tempo e horas, inteira.
Agora, passar o dia a pôr muito gelo (feito, à boa moda de estudante Erasmus desenrascado, em saquinhos de congelação para comida). Virei toda uma MacGyver.

sábado, 20 de outubro de 2012

Acontecimentos estranhos

Esta cidade é impressionante.

Num dia roubam-me a luz traseira integrada da bicicleta (partindo o metal para a arrancar).
3 dias depois tenho uma caixinha de Smarties pousada no assento.

Decidam-se, afinal gostam de mim ou não?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

As visitas de ontem

Ontem fui até Mechelen para a primeira visita de estudo de Professional Contexts in Europe. Vamos conhecer vários locais de trabalho de Terapeutas da Fala na Bélgica, passando por hospitais, clínicas, associações de diversos tipos.
Desta vez, foi altura de ficar a conhecer um pouco o trabalho como particular, na casa de uma terapeuta que toda a gente descrevia como "entusiástica"... E que afinal era só completamente maluca. A melhor parte da visita foi ver algumas divisões da casa da senhora, construída em 1835 - mas fugimos o mais depressa possível, sendo até isso particularmente difícil porque, mesmo sem fazermos conversa, ela continuava a falar sobre tudo e mais alguma coisa.

À tarde, tivemos de ir entrevistar um professor que é responsável pela organização de vários projectos que tentam aproximar as famílias desfavorecidas, ou de imigrantes, das escolas. Sendo um trabalho para Interculturality and the European Union, o objectivo era tentarmos perceber como é a interacção das diferentes culturas que vivem aqui na Antuérpia (cada escola pode chegar a ter alunos de 150 nacionalidades diferentes!). De novo, nem foi preciso fazer-lhe perguntas, como "entrevista" pressupõe - o senhor falou, todo bem disposto, durante duas horas, sem precisarmos de intervir.

Tudo isto para dizer que ontem foi um dia atarefado.

Mas há algo curioso e de que gostei muito. Até aqui, noutro país, dizem aquilo que tanto ouço e digo em Portugal - "a Terapia da Fala é a profissão mais bonita do mundo" :)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

E por aqui...

...depois de um vírus que correu a Terapia da Fala inteira e que está a começar a passar para o resto da faculdade, já se anda assim:


Sabendo como eu sou com as constipações, vai ser coisa para durar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Um Mês

Faz hoje exactamente um mês que cheguei à Antuérpia.
Ainda sem casa, ainda meio perdida, ainda sem saber bem o que me esperava.
Agora, posso finalmente dizer o que sempre esperei poder - tudo está a correr bem, em todos os aspectos.
Neste mês, conheci imensas pessoas novas, que me arrancaram do dia a dia português. Mergulhei numa cultura diferente, em outros horários, em outro clima. 
Fui forçada a aprender a lavar a roupa, a chorar a perda da minha máquina de lavar loiça, a perceber que, quando não queremos o frigorífico cheio de restos, cabe sempre no estômago um bocadinho mais de comida (e, aqui, descobri também que há poucas coisas melhores do que comer directamente da panela).
Aprendi que há sempre tempo para tudo. Quando não há, inventa-se. Tem de haver tempo para as aulas, para ir às compras, para cozinhar (que já gostava antes de vir), para limpar a casa. E isso não me incomoda, pelo contrário. 
Aqui, descobri também o que é ter uma cidade inteira por onde passear, a pé ou de bicicleta, sem estar constantemente com medo (apesar de, depois de 20 anos a morar na linha de Sintra, a paranóia constante ser inevitável).
Aprendi a passar os meus dias a falar inglês, a escrever inglês, a prestar atenção a aulas dadas em inglês. Não aprendi, ainda, porém, a falar inglês também nas situações mais espontâneas - há sempre certas coisas, a meio de uma conversa, que continuam a sair em português. Mas, ao falar português, também já nem sempre me lembro imediatamente das palavras que queria..!
Descobri a sensação de paz que o facto de toda a gente falar holandês me traz - posso estar na rua, numa esplanada, com gente a discutir o que quer que seja, e mesmo assim estar completamente absorta, porque não percebo o que dizem. O mesmo nas aulas, com o ruído das alunas locais.
E, finalmente, descobri uma cidade muito bonita que, de outra forma, nunca sonharia visitar!

sábado, 6 de outubro de 2012

A Amizade

Aqui, até podemos não perceber a língua que as outras falam - mas há coisas que, independentemente das palavras, se entendem sempre :)


O Início do Estudo

Tinha de chegar a altura de começar a trabalhar. E, ao contrário do que acontece em Alcoitão, aqui não se ficam uns meses a ver o tempo passar, para depois ter tudo concentrado no final - também há uma concentração de trabalho no fim do semestre (ainda pior, porque cá há exames, incluíndo alguns orais) mas, a isso, acrescem vários projectos que temos de ir entregando praticamente a cada semana. 
E, como não pode ser só passeios de bicicleta pela Meir, cervejas belgas e hambúrguers no Kelly's (um Irish Pub), o trabalho chegou cá a casa, num dia chuvoso em que não há vontade de sair. 
Primeiro, pesquisar sobre Laringectomias para relembrar algumas coisas, já que tenho um mini-teste na próxima semana. Depois, continuar a fazer os vários trabalhos de Contextos Profissionais na Europa, sendo um deles fazer uma comparação sobre o nosso currículo na ESSA e o de Lessius. Devia também começar a passar alguns apontamentos das outras aulas, especialmente Pragmática, Dislexia, e Discalculia, mas acho que o dia não vai esticar tanto assim :)


Os meus livrinhos, trazidos na mala, que de certeza que me vão dar jeito por cá!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

As Aulas

Nesta primeira semana de aulas, só houve 5. Entre dias livres e cadeiras que ainda não começaram (porque são imensas e algumas só começam quase no fim do ano), ainda não tive dias muito ocupados.

A faculdade tem 3 campus, sendo um deles, por mera coincidência, mesmo ao fim da minha rua. Quis o destino, talvez, que o campus principal da Terapia da Fala (o que fica mais longe de tudo) estivesse em obras, pelo que as aulas lá são raríssimas e, assim, a maioria é dada precisamente neste campus que fica a 2 minutos.

Em relação às cadeiras em si, tive, até agora, Interculturalidade e a UE, Dislexia, Usos da Linguagem e Pragmática, Contextos Profissionais na Europa, e Voz (que, felizmente, parece centrar-se bastante mais nas únicas coisas de Voz que eu gosto, Laringectomias e Fissuras Labiopalatais - e onde vou ter, mais uma vez, uma aula dada por um belga que me deu uma aula em Portugal, mas desta vez sobre um tema diferente!). Em cada uma, já há cerca de 5 ou 6 trabalhos para fazer ao longo do tempo - não vou ter descanso por muito tempo.
Gostei dos professores, apesar de ser algo cansativo seguir aulas em inglês (obriga logo a estar com mais atenção) e, especialmente, por o inglês dos professores também não ser perfeito. Torna-se algo cansativo estar 2 ou 3 horas a ouvir alguém procurar palavras numa língua que não é a sua. Ainda assim, tudo perfeitamente compreensível, até agora.
Da minha turma, gosto imenso. Já conheço todo o grupo e fiz amizade com a maioria (ajuda sermos uma turma muito pequena). Por vezes, temos aulas com a turma fixa da Licenciatura, em que as aulas são com umas 60 ou 70 raparigas (e 1 rapaz!), coisa a que não estou habituada porque na ESSA também não somos muitas, e aí há, por vezes, bastante ruído de fundo - mas eu, portuguesa, nem estou na pior situação... para mim é só ruído de fundo, porque conversam todas em holandês, as holandesas é que estão mal porque ficam a ouvir uma data de conversas ao mesmo tempo e percebem tudo, é mais difícil abstraírem-se! 

Hoje é mais um dia sem aulas, mas em que devia começar a pegar em trabalhos que tenho de fazer. Veremos se tenho coragem de os começar depois do dia de compras e do passeio de bicicleta :)