domingo, 23 de dezembro de 2012

As Férias de Natal

Parece que nem o fim do mundo, no meu último dia de aulas, me impediu de voltar para Portugal, pelo que ontem lá vim para passar as férias de Natal. Na realidade, não vão ser férias nenhumas, a estudar para 7 exames (em dias consecutivos) - mas, para não deprimir de todo, vou continuar a chamar-lhes isso.
Ainda assim, espero que seja desta que consigo pôr os ditos 3500 posts, que há muito se arrastam, em dia!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Três Meses

E, hoje que ninguém fala em mais nada para além do 12/12/12, faz três meses que eu cá cheguei!
Fica a celebração à moda belga.


sábado, 8 de dezembro de 2012

As palavras

Acho que as minhas colegas devem achar que sou maluca quando estou a fazer um trabalho e pergunto se alguém tem uma pen... 
Há sempre quem se vire, com um ar confuso, e me pergunte "caneta? mas para quê, se estás a escrever no computador?!" :)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O Sinterklaas

Dia 5 foi dia de Sinterklaas!

Na Bélgica, Holanda, Alemanha, e mais alguns países, há a grande tradição de celebrar, a 5 ou 6 de Dezembro, um género de Natal - para algumas pessoas, é apenas um dia para troca de presentes, para outras é mesmo um substituto do Natal, em que não trocam mais prendas e passam a ter apenas um dia em família.
O Sint Nicolaas é um santo que vem de Espanha num barco a vapor, com o seu amigo e ajudante Zwarte Piet, um rapaz com caracóis e a cara absolutamente preta. Depois, vai a cavalo distribuir prendas às crianças que se portaram bem e que deixaram um sapato algures pela casa - geralmente, doces típicos para o dia como os 'pepernoten' ou os 'taai-taai', que são biscoitos de gengibre.

Decidimos, então, juntar a turma inteira numa das casas e celebrar como deve ser - com um filme, comida e troca de presentes. Houve sopa, muitos biscoitos próprios para a ocasião, chocolate quente com rum branco (este não é muito típico...), e estávamos lançadas para a noite.
Começámos por ver um filme holandês, o "Alles is Liefd", que é um género de comédia romântica passada na época do Sinterklaas - muito, muito giro. Melhor, estava a nevar enquanto víamos o filme!
Comprámos imensas prendas (cada uma só podia gastar até 5€, por isso tínhamos de ser originais e, caso quiséssemos dar mais do que uma, tinham mesmo de ser coisas pequeninas) e juntámo-las num saco de serapilheira que parecia que tinha sido ali deixado mesmo pelo dito santo. 
Houve a ideia de fazer um jogo de dados, com várias rondas e regras, que fez com que passássemos horas (!) a passar as prendas de mão em mão, antes sequer de as termos desembrulhado. Nessa altura funcionou muito pelos embrulhos que pareciam mais bonitos mas, depois de desembrulhar, virámos todas crianças a aproveitar cada oportunidade (regras como "troca um presente com outra pessoa" ou "fica com todos os presentes da pessoa à tua direita) para ficarmos com as prendas que realmente queríamos para nós. No final do tempo, ficávamos com aquelas que tínhamos conseguido - mas, claro, acabámos por trocar algumas porque havia grande desequilíbrio e queríamos acabar todas com o mesmo número). Acabei por vir para casa com dois pares de luvas e um saquinho de chocolates (tããão bons) com uma mensagem muito gira escrita em esloveno e com a tradução em inglês.
Cheguei às 23h, toda feliz que nem criança na noite de Natal, e os melhores senhorios do mundo tinham deixado 3 doces gigantes encostados em cada uma das portas (um Sinterklaas de chocolate, um de gengibre enorme, e um rolinho de massapão).
E ontem, como é no dia 6 que se celebra na Bélgica, ainda tive direito a doces à hora de almoço, na faculdade, porque andava lá um Sinterklaas a distribuir (e comunicava em língua gestual, por qualquer razão, eu tinha de gostar dessa parte)!

Isto de ter dois Natais é espectacular, tenho de aderir ao Sinterklaas e levá-lo para Portugal :)

Ainda houve tempo para aprender uma canção holandesa tradicional, que foi ensinada sílaba a sílaba... E ainda dizem elas que é a mais básica!

Sinterklaas kapoentje,
Gooi wat in mijn schoentje,
Gooi wat in mijn laarsje,
Dank je Sinterklaasje!




segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Neve

E se o fim de semana foi tempo de família, com a visita dos pais à Antuérpia, hoje foi dia de... neve!
Eu bem dizia que, já que tinha de estar tanto frio, ao menos que nevasse para ser um Inverno a sério :)
Acordei com a neve a cair, ainda algo misturada com a chuva, mas depois começou realmente a nevar e os carros ainda começaram a ficar cobertos de branco - não se pode dizer que tenha sido um dia de neve, mas é um bom início!




quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Coisas de que gosto

De conhecer gente nova quase todos os dias, metendo conversa com a maior das facilidades, tanto belgas como outros Erasmus.

Que toda a gente perceba o meu nome à primeira, porque é considerado um nome internacional.

De dar 3 beijinhos! (apesar de ser sempre difícil saber quando devo dar os 3, só 1, ou um aperto de mão..)

domingo, 18 de novembro de 2012

A Turma

Gosto de como a minha turma funciona.
Talvez por todas sermos estrangeiras, e por sermos uma turma pequena, tivemos desde o início de fazer amizade. Fomos, de certa forma, forçadas a aproximar-nos umas das outras, porque estamos a viver longe de casa e precisamos de conhecer alguém que esteja na mesma situação. De ter alguém com quem partilhar o dia a dia.
Apesar de me identificar mais com umas do que com outras (o que é sempre normal), gosto de todas. Não há conflitos na turma, não há guerrinhas, nada. Toda a gente se dá bem, mesmo que não sejam as melhores amigas do mundo e não se juntem ao fim de semana para ir tomar um café - mas também há espaço para amizades dessas.
Não existem lugares marcados, vamo-nos sentando lado a lado conforme chegamos à sala, sem guardar um lugar para a "amiguinha". 
Tentamos estar juntas fora da faculdade pelo menos uma vez por semana, vamos às casas umas das outras, organizamos noites de jogos.
Tudo é combinado de maneira fácil, sem grandes planos, e de forma a dar para toda a gente - basta saber quando e onde, e está feito. Vamos juntas de bicicleta seja para onde for, mesmo que umas sejam as campeãs do ciclismo e as outras fiquem cansadas depois de pedalar duas vezes. E, mesmo que não haja oportunidade de combinar que vamos juntas, elas aparecem cá e tocam à minha campainha. Porque sabem que é costume eu ir com elas. Porque, como elas dizem, é habitual "virem buscar-me".
E eu gosto disso, de saber que alguém sai de casa com a ideia de que deve passar aqui para eu também ter companhia. Somos o apoio umas das outras.
Sobretudo, gosto de que sejamos de países diferentes e de saber que, além de ficar a conhecer a Bélgica, vou sair daqui a conhecer também a Holanda, Malta, a Eslovénia, a Eslováquia, a República Checa, a Alemanha e Espanha. Vou voltar a Portugal sabendo como se celebra o Natal nesses países, quais são as suas comidas típicas, as actividades preferidas de quem lá vive, os sítios mais bonitos, as expressões mais usadas, o clima, as rotinas. Sabendo como é a Terapia da Fala lá, como são as faculdades, como são as relações com os professores.
14 pessoas com o mesmo objectivo, cada uma do seu cantinho no mundo - mas que, por uns meses, trazem o seu cantinho e o partilham na Antuérpia.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dois Meses

Antes de voltar ao relato das visitas, ou ao da viagem a Bruges que fiz ontem (sim, eu sei que tenho muita coisa em atraso!), apenas um mini-post para algo diferente... faz hoje 2 meses que cheguei à Antuérpia! :)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O curto regresso

Ontem, por causa dos feriados nacionais na Bélgica a 1 e 2 de Novembro, foi dia de vir um bocadinho até Lisboa. Foi a primeira vez que viajei sozinha de avião mas correu tudo muito bem (dou graças ao grande andamento que já tenho nestas vidas!).

Agora é aproveitar até Domingo :)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A ida a Bruxelas

Como prometido, tinha de escrever um pouco sobre a visita a Bruxelas que fizemos, juntamente com todos os outros alunos Erasmus, para Interculturality and the EU.

Fomos dia 19 e a ideia era vermos o Parlamento Europeu (andámos um mês a achar que era isso que ia acontecer) mas... afinal não. Fomos apenas ao centro de visitantes, o Parlamentarium, que não era mais do que uma exposição. Chata, chata, chata. 
Basicamente, andei à caça de tudo o que falava de Portugal (com grandes momentos de histeria cada vez que havia um panfleto em português ou algum vídeo ou fotografia), e a tentar explicar o que foi o 25 de Abril (ficando-me, graças à dificuldade em traduzir o que queria, por um bonito "it was the end of the bad guys").
Como já é costume nas viagens que fazemos com os professores desta faculdade, o ritmo foi bastante lento. Largaram-nos lá durante umas horas com um "agora façam o que quiserem", e acabámos por nos arrastar pela exposição durante 1h e fazer mais 1.30h de espera.
Depois do almoço (onde há que salientar, porque é importantíssimo, que me sentei num jardim a comer a minha primeira waffle belga!!) fomos ao Atomium, um dos símbolos de Bruxelas, construído nos anos 50. São 9 esferas de ferro com 18m de diâmetro, ligadas para representarem a estrutura do ferro com uma ampliação de 165 biliões de vezes. A esfera do topo, a 103m de altura, dá uma vista panorâmica da cidade (sobe-se num elevador que foi, em tempos, o segundo mais rápido da Europa), e as outras têm exposições no interior.
Não foi o suficiente para ficar a conhecer Bruxelas (para isso tenho, obrigatoriamente, de ir ver o Manneken Pis, a estátua do rapaz a fazer chichi na fonte), mas já deu para ficar com uma ideia de como é - e para, no fim do dia, estar cheia de vontade de voltar para a minha muito mais bonita Antuérpia!







sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Finalmente, fim-de-semana!

Acho que nunca desesperei tanto por um fim-de-semana. Desde segunda-feira que andava a morrer de cansaço, com tantos trabalhos para entregar e visitas.
Dêem-me só tempo para descansar um bocadinho e vão-se preparando para uma enxurrada de posts!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A queda

E pronto, já sei qual é a sensação de aterrar em pleno pavimento belga. Malditas linhas do tram e pneus finos demais - mas pelo menos não foi num dia chuvoso, com água da chuva até aos tornozelos... há que olhar para os pontos positivos.
Claro que tinha de ser num dia em que tinha mais que fazer e pouco tempo para estar a reparar a correia, que saltou, e a olhar para a perna toda negra - coisa que não me estava a preocupar muito, porque estava mais nervosa com o facto de ter uma mancha nas minhas lindas botas Zilian, novinhas (que, graças ao Google, consegui limpar). E lá cheguei ao destino a tempo e horas, inteira.
Agora, passar o dia a pôr muito gelo (feito, à boa moda de estudante Erasmus desenrascado, em saquinhos de congelação para comida). Virei toda uma MacGyver.

sábado, 20 de outubro de 2012

Acontecimentos estranhos

Esta cidade é impressionante.

Num dia roubam-me a luz traseira integrada da bicicleta (partindo o metal para a arrancar).
3 dias depois tenho uma caixinha de Smarties pousada no assento.

Decidam-se, afinal gostam de mim ou não?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

As visitas de ontem

Ontem fui até Mechelen para a primeira visita de estudo de Professional Contexts in Europe. Vamos conhecer vários locais de trabalho de Terapeutas da Fala na Bélgica, passando por hospitais, clínicas, associações de diversos tipos.
Desta vez, foi altura de ficar a conhecer um pouco o trabalho como particular, na casa de uma terapeuta que toda a gente descrevia como "entusiástica"... E que afinal era só completamente maluca. A melhor parte da visita foi ver algumas divisões da casa da senhora, construída em 1835 - mas fugimos o mais depressa possível, sendo até isso particularmente difícil porque, mesmo sem fazermos conversa, ela continuava a falar sobre tudo e mais alguma coisa.

À tarde, tivemos de ir entrevistar um professor que é responsável pela organização de vários projectos que tentam aproximar as famílias desfavorecidas, ou de imigrantes, das escolas. Sendo um trabalho para Interculturality and the European Union, o objectivo era tentarmos perceber como é a interacção das diferentes culturas que vivem aqui na Antuérpia (cada escola pode chegar a ter alunos de 150 nacionalidades diferentes!). De novo, nem foi preciso fazer-lhe perguntas, como "entrevista" pressupõe - o senhor falou, todo bem disposto, durante duas horas, sem precisarmos de intervir.

Tudo isto para dizer que ontem foi um dia atarefado.

Mas há algo curioso e de que gostei muito. Até aqui, noutro país, dizem aquilo que tanto ouço e digo em Portugal - "a Terapia da Fala é a profissão mais bonita do mundo" :)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

E por aqui...

...depois de um vírus que correu a Terapia da Fala inteira e que está a começar a passar para o resto da faculdade, já se anda assim:


Sabendo como eu sou com as constipações, vai ser coisa para durar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Um Mês

Faz hoje exactamente um mês que cheguei à Antuérpia.
Ainda sem casa, ainda meio perdida, ainda sem saber bem o que me esperava.
Agora, posso finalmente dizer o que sempre esperei poder - tudo está a correr bem, em todos os aspectos.
Neste mês, conheci imensas pessoas novas, que me arrancaram do dia a dia português. Mergulhei numa cultura diferente, em outros horários, em outro clima. 
Fui forçada a aprender a lavar a roupa, a chorar a perda da minha máquina de lavar loiça, a perceber que, quando não queremos o frigorífico cheio de restos, cabe sempre no estômago um bocadinho mais de comida (e, aqui, descobri também que há poucas coisas melhores do que comer directamente da panela).
Aprendi que há sempre tempo para tudo. Quando não há, inventa-se. Tem de haver tempo para as aulas, para ir às compras, para cozinhar (que já gostava antes de vir), para limpar a casa. E isso não me incomoda, pelo contrário. 
Aqui, descobri também o que é ter uma cidade inteira por onde passear, a pé ou de bicicleta, sem estar constantemente com medo (apesar de, depois de 20 anos a morar na linha de Sintra, a paranóia constante ser inevitável).
Aprendi a passar os meus dias a falar inglês, a escrever inglês, a prestar atenção a aulas dadas em inglês. Não aprendi, ainda, porém, a falar inglês também nas situações mais espontâneas - há sempre certas coisas, a meio de uma conversa, que continuam a sair em português. Mas, ao falar português, também já nem sempre me lembro imediatamente das palavras que queria..!
Descobri a sensação de paz que o facto de toda a gente falar holandês me traz - posso estar na rua, numa esplanada, com gente a discutir o que quer que seja, e mesmo assim estar completamente absorta, porque não percebo o que dizem. O mesmo nas aulas, com o ruído das alunas locais.
E, finalmente, descobri uma cidade muito bonita que, de outra forma, nunca sonharia visitar!

sábado, 6 de outubro de 2012

A Amizade

Aqui, até podemos não perceber a língua que as outras falam - mas há coisas que, independentemente das palavras, se entendem sempre :)


O Início do Estudo

Tinha de chegar a altura de começar a trabalhar. E, ao contrário do que acontece em Alcoitão, aqui não se ficam uns meses a ver o tempo passar, para depois ter tudo concentrado no final - também há uma concentração de trabalho no fim do semestre (ainda pior, porque cá há exames, incluíndo alguns orais) mas, a isso, acrescem vários projectos que temos de ir entregando praticamente a cada semana. 
E, como não pode ser só passeios de bicicleta pela Meir, cervejas belgas e hambúrguers no Kelly's (um Irish Pub), o trabalho chegou cá a casa, num dia chuvoso em que não há vontade de sair. 
Primeiro, pesquisar sobre Laringectomias para relembrar algumas coisas, já que tenho um mini-teste na próxima semana. Depois, continuar a fazer os vários trabalhos de Contextos Profissionais na Europa, sendo um deles fazer uma comparação sobre o nosso currículo na ESSA e o de Lessius. Devia também começar a passar alguns apontamentos das outras aulas, especialmente Pragmática, Dislexia, e Discalculia, mas acho que o dia não vai esticar tanto assim :)


Os meus livrinhos, trazidos na mala, que de certeza que me vão dar jeito por cá!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

As Aulas

Nesta primeira semana de aulas, só houve 5. Entre dias livres e cadeiras que ainda não começaram (porque são imensas e algumas só começam quase no fim do ano), ainda não tive dias muito ocupados.

A faculdade tem 3 campus, sendo um deles, por mera coincidência, mesmo ao fim da minha rua. Quis o destino, talvez, que o campus principal da Terapia da Fala (o que fica mais longe de tudo) estivesse em obras, pelo que as aulas lá são raríssimas e, assim, a maioria é dada precisamente neste campus que fica a 2 minutos.

Em relação às cadeiras em si, tive, até agora, Interculturalidade e a UE, Dislexia, Usos da Linguagem e Pragmática, Contextos Profissionais na Europa, e Voz (que, felizmente, parece centrar-se bastante mais nas únicas coisas de Voz que eu gosto, Laringectomias e Fissuras Labiopalatais - e onde vou ter, mais uma vez, uma aula dada por um belga que me deu uma aula em Portugal, mas desta vez sobre um tema diferente!). Em cada uma, já há cerca de 5 ou 6 trabalhos para fazer ao longo do tempo - não vou ter descanso por muito tempo.
Gostei dos professores, apesar de ser algo cansativo seguir aulas em inglês (obriga logo a estar com mais atenção) e, especialmente, por o inglês dos professores também não ser perfeito. Torna-se algo cansativo estar 2 ou 3 horas a ouvir alguém procurar palavras numa língua que não é a sua. Ainda assim, tudo perfeitamente compreensível, até agora.
Da minha turma, gosto imenso. Já conheço todo o grupo e fiz amizade com a maioria (ajuda sermos uma turma muito pequena). Por vezes, temos aulas com a turma fixa da Licenciatura, em que as aulas são com umas 60 ou 70 raparigas (e 1 rapaz!), coisa a que não estou habituada porque na ESSA também não somos muitas, e aí há, por vezes, bastante ruído de fundo - mas eu, portuguesa, nem estou na pior situação... para mim é só ruído de fundo, porque conversam todas em holandês, as holandesas é que estão mal porque ficam a ouvir uma data de conversas ao mesmo tempo e percebem tudo, é mais difícil abstraírem-se! 

Hoje é mais um dia sem aulas, mas em que devia começar a pegar em trabalhos que tenho de fazer. Veremos se tenho coragem de os começar depois do dia de compras e do passeio de bicicleta :)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A Bicicleta

Alugar uma bicicleta, nesta cidade e nesta altura do ano, é bastante complicado. Mas viver nesta cidade sem ter alugado bicicleta, mais complicado é.
Por aqui, tal como em outros países do Norte da Europa, não se sobrevive sem uma. Chega-se a todo o lado bem mais rápido do que de transportes, sai mais barato, e não há quem não tenha. Há quem não tire sequer a carta, porque preferem andar de bicicleta. Todas as ruas são planas (o que facilita bastante) e têm suportes para as prender. Assim, também me daria jeito ter uma.
A saga da bicicleta começou quando cá cheguei. Andei a pesquisar sobre os vários serviços disponíveis, preços, condições... Quando finalmente me decidi, descobri que, primeiro, ainda teria de criar a conta num banco belga, pelo que o aluguer ficou num género de standby. Depois de ter a conta criada, lá fui ao site - uma bicicleta disponível. Toda feliz, já que toda a gente dizia que todas as bicicletas estavam esgotadas, fiz a reserva para o dia seguinte.
Foram precisas várias viagens de um lado para o outro até perceber que nunca iria encontrar a loja ao pé da Centraal Station... porque a loja é subterrânea. (Nota importante, neste momento, para dizer que nem sequer me pediram o dito número da conta bancária belga.)
Bicicleta alugada, um bom tempo de volta dela para perceber como funcionam os dois mecanismos super complexos de cadeado, bicicleta linda e amarelinha 'estacionada' à porta de casa.
Hoje chego lá abaixo, com vontade de ir dar uma pequena volta pela Meir, a avenida principal, antes de ir ter com uma amiga para almoçar, e a bicicleta tinha a correia solta (sendo que no dia anterior só a usei durante 10 minutos). Boa.
O senhorio (carinhosamente apelidado por mim de House), disponibilizou-se logo, todo querido, para me ajudar, já que era difícil aceder à roda dentada, por causa de um plástico que tem por cima. Colocou a correia no sítio... Mas afinal é a bicicleta que está desalinhada, e foi isso que fez com que a correia se soltasse.
Isto tudo para dizer que andei de bicicleta por um bocadinho e agora lá vou ter de ir de novo à oficina. 
Vida de belga é cansativa.


domingo, 23 de setembro de 2012

A Welcome Week

A minha faculdade organizou, esta semana, a típica "welcome week". Na realidade, não é week nenhuma, mas 3 dias de actividades com todos os estudantes Erasmus de Lessius (cerca de 50) que nos permitem conhecermo-nos um pouco antes de as aulas começarem.
Assim, na Quarta fizemos um tour de barco pelo rio Schelde, e depois voltámos para um dos Campus da faculdade para uma bebida. Conheci 6 raparigas de quem vou ser colega, sendo elas quatro holandesas (Jantien, Mariska, Moniek, Nadine), uma checa (Helena), e uma eslovaca (Dominika). Visto que vai ser uma turma bastante pequena, de apenas 14 pessoas (por não ser uma turma normal mas um curso intensivo para estrangeiros), está, então, a turma por metade - e parece bem encaminhada.
Na Quinta fomos de comboio até Leuven, onde visitámos a brewery da famosa cerveja Stella Artois (que já era fabricada antes de 1366!) e a Universidade, com a sua biblioteca enorme e a torre dos sinos que foi destruída na Guerra mas reconstruída com a ajuda de outras faculdades. Almoçámos todas juntas e pudemos andar durante algum tempo pelo centro da cidade, e sentar-nos numa esplanada a aproveitar o sol, que nunca aparece por mais do que uns minutos!


Finalmente, na Sexta tivemos uma sessão informativa acerca de Lessius, da cidade, e de várias actividades, que terminou num almoço com todos os estudantes e que ajudou a começar a criar amizade com algumas colegas.

Amanhã começa, oficialmente, o ano - primeiro dia de aulas. Ouch. Mas estou curiosa para ver o que aí virá!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os Preparativos e a Chegada

Preparar um ERASMUS dá (muito) mais trabalho do que parece.

Depois de toda a papelada, e de fazer um trabalho preparatório (porque ainda nem começaram as aulas e já me mandam fazer trabalhos) veio o mais importante - arranjar casa. Só isto, dava um filme. Foram quase 4 meses a consultar todos os sites de imobiliárias, a telefonar para mais de 40 (e a gastar dinheiro em chamadas internacionais), a enviar centenas e centenas de emails. O resultado de tudo isso foram... 3 visitas (e 8 tentativas de fraude por nigerianos, que são algo como "olá, o meu nome é ____, moro no Reino Unido mas herdei essa casa na Bélgica do meu pai que morreu o ano passado num acidente com um barco a motor, transfere-me x€ para eu ir aí visitar-te a casa e saber que és uma pessoa séria e que não vou estar a desperdiçar uma viagem" - depois do primeiro, já nem era preciso ler os emails inteiros para saber quais eram as fraudes).
Tendo vindo mais de uma semana antes das aulas (cheguei no dia 12), para tentar arranjar algo, depressa percebi que andar pelas ruas e telefonar para mais agências não me ia servir de nada, porque respondiam, invariavelmente, o mesmo que todas as outras.
Depois de muitos quilómetros andados, acabei por me decidir por uma das que visitei, bastante bem localizada, em que os meus olhos já tinham batido no site - e que até já tinha rejeitado a meio de Agosto, porque não estava, de todo, dentro do meu orçamento.


 




Fazer as malas não foi fácil. Eu levo uma mala a abarrotar quando vou uma semana de férias, e ainda preciso de levar bolsinhas nas malas dos meus pais, por isso logo por aí vê-se o tipo de pessoa que eu sou a viajar. Mas lá consegui pôr as coisas mais importantes em duas malas, já que hei-de ir a casa rapidamente e logo trago roupa mais quente.

O voo foi igualmente tranquilo, com cerca de 2.30h de viagem, e um autocarro expresso de 45 minutos de Bruxelas para a Antuérpia. Quando cá cheguei, fiquei instalada num hotel no Distrito dos Diamantes, em que toda a zona tem pouco mais do que lojas de diamantes, bancos de diamantes, produtos para trabalhar com diamantes, e negociantes de diamantes, já que 80% dos diamantes mundiais passam por esta zona. Segurança atrás de segurança, imensos judeus com o seu chapéu alto de veludo e casaco preto comprido, outros tantos indianos de pasta na mão e telemóvel colado à orelha.
Depois de visitar os tais apartamentos e de arrendar este (cujos senhorios são todos queridos e preocupados, e que me deixaram mudar-me imediatamente, assim que assinei o contrato), foi altura de fazer 300 viagens para um lado e para o outro (andar quilómetros e quilómetros) com as malas, com sacos de compras, com outros sacos de compras diferentes.
E, claro, como não podia deixar de ser, o restante tempo de cada dia foi passado a visitar um pouco a cidade (a Groenplaats, o Grote Markt, a Catedral, o porto, um edifício onde pudemos ter uma vista panorâmica da cidade, o Zoo...), a comer de tudo e mais alguma coisa (não faltam restaurantes, há de tudo), e a descobrir barzinhos onde provar as centenas de cervejas que a Bélgica tem. E eu, que odiava até o cheiro da cerveja, já descobri várias bem boas - nomeadamente aquilo a que costumam chamar as "cervejas de mulher", de framboesa, de morango, de pêssego...!

Casa pronta, conta no banco criada, bicicleta (que vai ser o meu meio de transporte) quase alugada.

Amanhã, além de ficar sozinha na cidade (porque esta semana tive a companhia do meu irmão), também começa a Welcome Week da faculdade. Tenho um tour pela cidade (sendo que uma parte é de barco) e uma welcome drink, com todos os estudantes Erasmus. Na 5ª vamos de comboio até Leuven, outra cidade perto de Bruxelas, e almoçamos por lá, e na 6ª temos apenas sessões informativas.
Segunda-feira começam as aulas, num dos campus, e presumo que arrastem já muitos trabalhos.

É altura de começar a pensar em quando será a minha próxima visita a Lisboa :)