quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sinto-me Inteligente

Descobri há uns dias que, ao fim de 5 meses, já consigo distinguir o holandês dos Países Baixos do que os belgas falam na Flandres!
No início soava-me tudo ao mesmo, agora já acho que não têm nada a ver um com o outro.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

De Volta a Lisboa

Amanhã, exactamente 5 meses depois de ter chegado, vou voltar para Portugal.


Mas o blog não acaba aqui... Ainda há coisas para contar! :)


 (O desejo, pendurado na árvore de desejos de Natal)

(SLT - Speech-Language Therapy)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Brugge

Depois de Gent, fomos a Brugge (pela segunda vez), desta vez num grupo de 6.
Não levávamos planos, pelo que fomos mais pelo passeio e não exactamente para ir visitar museus.
Desta vez, tivemos menos sorte. Imenso frio, os canais congelados, nevoeiro. Depois de um chocolate quente ao pé da lareira e de estudar alguns panfletos, decidimos tentar a nossa sorte com o Museu do Chocolate que devia estar fechado mas que, miraculosamente, não estava.
O museu era um pouco desorganizado, com demasiado texto e pouco conteúdo, mas acabámos por nos divertir com algumas curiosidades e com a demonstração a que assistimos no final. E escusado será dizer que passei o tempo a fotografar os Playmobil que havia em cada sala.





 Holanda, Eslováquia, Portugal, mais Holanda :)


Aquele que foi, provavelmente, o meu primeiro praliné belga!

Durante a tarde, e depois de termos passado mais tempo do que nos orgulhamos de dizer à procura de um restaurante italiano (porque metemos na cabeça que havíamos de almoçar pizza - sendo que não encontrámos nenhum aberto e acabámos por ir a um que tinha massas, pela aproximação), decidimos apenas explorar um pouco a cidade. O frio foi pouco convidativo, pelo que nos ficámos apenas pelas ruas principais mas, ainda assim, Brugge é sempre bonita.



Depois de algumas compras, tirámos aquela que acabou por ser uma das melhores fotografias do Erasmus, com uns casacos XXL pavorosos e que, mesmo no nosso tamanho, seriam igualmente ao estilo Cruella de Vil :)



E assim voltámos para casa!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

As Bicicletas

Normalmente todos os posts do blog são escritos por mim, mas hoje tenho de partilhar um texto que acabei de ler sobre o uso de bicicletas na Holanda, mas que se aplica perfeitamente à situação na Bélgica.


"É um país pequeno e tudo é perto. Com essas características, desenvolveu-se toda uma cultura de andar de bicicleta aqui. Aqui, bicicleta é Fiets.
 

(...) O holandesinho nasce e é colocado num caixotinho que algumas bikes daqui tem na frente, com um bercinho. Se estiver chovendo eles põem uma coberturinha de plástico em cima do carrinho, e a mamãe ou o papai se mandam ciclovias afora, pedalando sem medo. Niqui o gurizinho ou guriazinha já consegue sentar, o pai ou mãe colocam eles numa cadeirinha que fica na bike (existem fiets com até duas cadeirinhas pra crianças) e 'bora, ainda pedalando loucamente. Agora nosso pequeno amsterdanês já tem dois anos de idade e começou a andar em pézinho há quase um ano... já pode ter sua kinder fiets (bicicleta de criança). E ai vão pai, mãe e kinder, todos pedalando.


carrinho de nenem - Amsterdam style!

Lá pelos 8 anos de idade o guri já joga futebol em cima da fiets dele, faz acrobacia, pensa bem, ele começa a caminhar com um aninho, pouco mais, pouco menos, e andar de bike com dois aninhos, pouco mais, pouco menos... não tem diferença prática do tempo em que ele sabe caminhar e do que ele sabe andar de fiets.



Quando ele tem 18 anos ele pedala segurando o guidão com uma mão só, com a outra ele escreve SMS no celular, com uma sacola do Albert Heijn nas costas (a maior rede de super mercado daqui), cabeça baixa prestando atenção no texto do celular, desviando loucamente dos turistas perdidos parados na ciclovia. Sem medo, ele e sua bike.

Com 25 ele já arrumou um emprego, e em alguns casos esse emprego exige um terno. Sem problemas. Ele põe o terno e vai trampar. De bike. Segurando a pastinha. E falando no celular. Na hora do almoço ele pode estar comendo um lanche, ou algo assim, com uma mão só. Só coxinhas precisam das duas mãos pra guiar a bike em zigue-zague entre os turistas. Ou da cabeça levantada pra enxergar o caminho.

E as meninas também pedalam pra balada usando vestidos ultra-apertados ou mesmo salto alto.

(...) Eu não contei ainda, mas eles dão carona nas bicicletas. E não tem banquinho de carona, não, é sentadão onde der, eles vão totalmente equilibrados... sem medo nas bikes, zunindo por entre turistas e trams.

Agora nosso típico habitante de Amsterdam tem seus 70 anos de idade. Ele ainda está fazendo tudo na fiets dele. Anda pra lá e pra cá, sem usar o celular, essa coisa nova que inventaram ontem, mas totalmente a vontade. Pra parar a fiets na frente da banquinha de frutas onde foi fazer compras, ele tira o pé direito do pedal, passa pro outro lado da bicicleta, apoiando-o no calcanhar esquerdo, ficando de banda na bike que ainda anda com o impulso. Vai controlando a parada até desmontar num gesto fluído, que emenda no ato de baixar o apoio pra deixar o seu cavalo de ferro parado de pé, enquanto faz as compras. 70 anos. No mínimo."

Ao fim de 5 meses, ainda fico de boca aberta com o que vou vendo por aqui, desde as crianças pequeníssimas que andam perfeitamente equilibradas nas suas bicicletas sem rodinhas (nunca vi nenhuma usá-las), até aos idosos que andam todo o dia de bicicleta de um lado para o outro. 
Ainda me arrepio quando vejo os pais, muito tranquilos, a conduzir as suas bicicletas, com os filhos nos cestinhos, na berma de uma autoestrada ou ao lado dos trams.
Os jovens nem sequer tiram a carta, porque acham que carros não são necessários e, para eles, é absurdo alguém não saber andar de bicicleta.
Realmente, eles só podem nascer em cima de uma.

Ter ficado um bocadinho belga foi...

... ter o meu primeiro Sinterklaas!
... aperceber-me de que já consigo traduzir quase um menu inteiro nos restaurantes; saber que o pão que trazem como entrada é grátis, e falar um bocadinho mal de Portugal porque lá tem sempre de se pagar;
... ter passado a deixar o mapa em casa, já saber onde muitas ruas ficam e conhecer atalhos; ter minimamente ar de local e começar a ter turistas a pedir-me direcções, sendo que já sei dá-las correctamente;
... parar de pagar as viagens de tram para ir e voltar da faculdade, porque já sei que não vai haver controlo nenhum;
... passar a dizer "Groenplaats" como deve ser, com um "gr" vindo da garganta em vez de algo como "grouênplátz"; dizer "dankjewel" e "alsjeblieft" com a mesma entoação com que andei a gozar durante 5 meses; descobrir a forma correcta de dizer "Meir", que é a rua mais conhecida da Antuérpia;
 ... começar a andar de bicicleta com uma mão no bolso (coisa mais típica não há!), porque passei a achar que os belgas têm razão e está demasiado frio para ter as duas mãos no guiador - e não ter voltado a cair, depois daquele momento "mãe, pai, olhem sem dentes!" que tive no início; comprar luvas e lenços/cachecóis, coisas que nunca gostei, porque não há nada mais doloroso e que mais pare a circulação do que uns meros 2 minutos de bicicleta, na Bélgica, sem luvas calçadas; calcular o tempo para chegar a algum lado em minutos-de-bicicleta em vez de tempo a pé;
... passar a respeitar as passadeiras, porque aqui todas as ruas têm passadeiras com semáforos e, quem atravessa sem estar verde, ou é multado automaticamente ou passam-lhe por cima (incluindo as bicicletas, que só vêem as suas faixas vermelhas à frente e acham que qualquer pessoa que ponha um pé nelas merece ser atropelado);
... dar saltinhos de alegria quando um café custa menos de 2€ e achar esquisito quando não trazem uma bolacha; ter parado de beber cafés a torto e a direito, como boa portuguesa, e passar antes a beber chá verde numa esplanada ao Domingo de manhã;
... ter entrado em pânico quando soube que a temperatura média em Janeiro e Fevereiro era cerca de -1ºC, ter sobrevivido perfeitamente aos graus negativos e, neste momento, achar que qualquer temperatura acima de 5ºC é praticamente Verão e só pode estar um dia espectacular para passear; saber que vou amaldiçoar as casas portuguesas quando voltar para lá e não tiver aquecimento central, porque aqui podem estar -10ºC e ainda como gelado e ando por casa de top e calções;
... saber curiosidades sobre a cidade e os monumentos e, por viver na Antuérpia, pô-la no topo das cidades belgas e falar um bocadinho mal de Bruxelas;
... odiar cerveja portuguesa (até o cheiro) e agora adorar as cervejas belgas e gabá-las a toda a gente; vasculhar os sites do Continente e Jumbo para tentar descobrir os produtos a que me habituei a usar aqui e que, infelizmente, não vão ser fáceis de encontrar em Portugal;
... antes de vir, não saber onde era a Antuérpia nem nunca me ter passado pela cabeça vir de férias à Bélgica mas, agora, estar sempre a dizer que isto é tudo lindíssimo e que tem imensas cidades que valem a pena visitar.

Gosto disto. Mas, agora, está quase na hora de voltar para o sol e praia!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Gent

A 22 e 23 de Janeiro fui com as minhas colegas, em jeito de celebração pelo fim das aulas, visitar Gent e Brugge (com tantas versões diferentes já nem sei se escreva os nomes das cidades em inglês, português ou holandês...).

Na ida a Gent, íamos sobretudo com a ideia de ir visitar o Museu Dr. Guislain, situado no primeiro hospital psiquiátrico da Bélgica, aberto em 1857 e ainda em funcionamento.
Os edifícios deixam-nos logo com uma sensação de "onde é que eu me vim meter...", porque são exactamente aquilo que se vê nos filmes. A neve ainda os tornou mais bonitos, mas acho que se vai sempre de pé atrás a pensar que, a qualquer momento, pode aparecer um louco a perseguir-nos.




O museu pode ser dividido em duas partes.
O primeiro edificio é dedicado à arte. Tinha pinturas e esculturas sobre a "loucura" nas mulheres (muito centrado no que antigamente se pensava das mulheres com problemas psiquiátricos - que estavam possuídas, que eram bruxas, etc.) e algumas obras feitas pelos próprios doentes. Durante a exposição há algumas coisas completamente macabras e sem sentido, que nos deixam a achar que vamos ficar completamente loucos e já não nos deixam ir embora. A escultura da próxima foto era a mais normal, e mesmo assim era tão real que assustava. Outras eram mulheres vestidas de preto e de cócoras em cantos escuros da exposição. 
Muito, muito estranho.


O segundo edifício, e que achámos mais interessante, tinha a história da Psiquiatria e a realidade dos pacientes - os quartos (com as camas, macas, cadeiras de rodas, coletes de forças, etc.) e as máquinas usadas nos vários exames e terapias (que geralmente passavam por choques eléctricos). Tudo muito ao estilo "Voando sobre um ninho de cucos".


 (parece um caixão mas é uma cama protegida para não fugirem nem se magoarem)


Gostámos muito do museu (era enorme, muito bem organizado, e dá perfeitamente para passar lá umas 4 ou 5 horas), mas também quisemos aproveitar o dia para conhecer a cidade.
Tivemos imensa sorte e descobrimos uns guias de passeio a pé que nos fizeram passar por todos os pontos importantes. De novo, tudo muito bem escrito e organizado, cheio de pequenas piadas e pormenores - numa parte mencionavam que, ao entrar numa ruela, ia ficar tudo muito silencioso e íamos poder ouvir música de uma escola num dos prédios, e foi exactamente como descreveram.
Apesar da neve, estava sol e muito agradável, e achámos a cidade muito bonita.



 Alemanha, Malta, Portugal :)

Próximo post: Brugge!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Luxemburgo!

Isto de estar no centro da Europa é outra vida. Estamos tão habituados a precisar de um avião para viajar que, estando num país como a Bélgica, nem queremos acreditar que chegámos a outro país só com uma ou duas horas de comboio (apesar de vermos o cenário e a língua a mudar)! Melhor, mesmo viajando dentro da Bélgica, basta mudar de zona para já parecer um país completamente diferente. 
Podia habituar-me a isto de decidir uma viagem de véspera e ir conhecer outros países com uns meros 20-30€!

Depois de Gent e Brugge, ontem foi dia de passar aos passeios internacionais e ir a Luxemburgo.
Saímos às 8h e fomos fazendo algumas paragens. O meu sítio preferido da viagem acabou por ser o primeiro onde estivemos, uma aldeia chamada Esch-sur-Sûre, rodeada por um rio. 

(imagem da internet com a vista panorâmica) - clicar para aumentar



Acho que tivemos pouca sorte com o tempo porque, além de estar frio e de ter nevado um pouco, dizem que Luxemburgo é muito mais bonito no verão quando tudo está verde. Ainda assim, deu para ter uma ideia de como é, cheio de montanhas, árvores e rios.
Depois subimos até um miradouro onde se pode ver toda a parte do rio.


No caminho, vimos outras aldeias parecidas, todas muito serenas (era Domingo e não havia pessoas nem carros) e igualmente bonitas.
Já na cidade de Luxemburgo, também havia pouco movimento e achámos que não tinha muito para apreciar. As casas são engraçadas, pequenas e todas coloridas (prédios de amarelo vivo, cor de rosa, azul...!), há algumas pontes e também muita vegetação, mas fica-se com a sensação de que a cidade está meio adormecida.




O melhor de Luxemburgo foi uma casa de chocolate que descobrimos por acaso, onde bebemos chocolate quente com um "sistema" que têm aqui. Trazem a caneca de leite quente e compramos uns cubos de chocolate (havia uma lista enorme de chocolates com sabores diferentes) para derretermos nele. Muito bom!


E pronto, já posso dizer que visitei mais um país. É muito pequeno e acho que não é um país que ninguém diga que quer imenso visitar, mas valeu a pena - e deve ser mesmo muito bonito no Verão.
Ao voltar para trás ainda parámos em Arlon, na Valónia (Wallonia, uma das 3 regiões da Bélgica) mas, apesar de ter alguma história, não nos pareceu minimamente turística.

Próxima viagem internacional (já com os pais, que vêm de visita) - Amsterdão!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

As Notas

Ainda não sei as notas em concreto (só sei que foram boas, na opinião dos professores) mas já sei o mais importante - passei a tudo!

1º semestre terminado e, mais uma vez, sem cadeiras para fazer mais tarde :)